Teoria de Gênero e Interseccionalidade

Convidada: Patricia Muñoz Cabrera é graduada em Pedagogia pela Universidade de Concepcion, Chile (1981). Em 1992, obteve o grau de Mestrado em Letres et Littératuree (Universidade de Louvain, Bélgica), e o grau de Doutor em Letras e Literatura Comparada, com especialização em teoria feminista afro-estadounidense (Universidade de Bruxelas, Bélgica, 2010).
Entre 1992 até 2010, ela trabalhou em várias organizações não governamentais europeias, com especial enfoque no impacto das políticas europeias desde uma perspectiva interseccional. Junto com seu trabalho para as ONGs, ela trabalhou como consultora em gênero e interseccionalidade para a Comissão Europeia e instituições holandesas. Na Europa, Muñoz Cabrera é membro da Rede Feminista Transnacional WIDE (Women and Developement in Europe). A Rede WIDE analisa, de modo crítico, o impacto das políticas europeais (de comercio e investimento) nos deritos humanos econômicos, sociais e culturais.

Um pequeno resumo do tema, pra quem quiser ir se ambientando:

"Desde o retorno aos regimes democráticos na Argentina, no Brasil e no Chile, um objetivo estratégico chave para os movimentos feministas e de mulheres da região tem sido a mudança de políticas públicas "neutras" ou "cegas" ao gênero para políticas sensíveis a igualdade e a equidade gênero.

Um dos principais resultados dessa mudança paradigmática é que as políticas públicas vêm gradualmente reconhecendo que mulheres e homens possuem distintas experiências de desigualdade e iniquidade na vida social, econômica e política.

De fato, um grande número de estudos acadêmicos atesta os ganhos sociais da incorporação da igualdade e a equidade de gênero nas políticas do Estado, não só em termos da reconfiguração das instituições públicas, mas também por galvanizar a construção democrática nesses três países. Apesar das conquistas, há poucos estudos dedicados a investigar em que medida políticas sensíveis a gênero têm enfrentado a natureza interseccional da desigualdade e da inequidade (a saber, outras formas de discriminação que não podem ser explicadas pela simples discrimininação com base gênero (por exemplo racismo, discriminação de classe social, heteronormatividade).

Há ainda menos estudos empíricos examinando a correlação entre justiça de gênero e equidade interseccional nas políticas públicas.

Durante nosso debate, refleitremos sobre as seguintes questões:

1. O que é a teoria de gênero? Qual é o vínculo com a teoria interseccional?

2. Qual é a idea ou conceito de "mulher" e "homem" que sustenta as políticas de igualdade de gênero? Quais são os sistemas de poder (ou as ideologias) que vem intervindo no processo de construção de tais conceitos/políticas?

3. Qual é a pertinência da teoria interseccional para políticas públicas com justiça de gênero e justiça social?

4. Qual é a pertinência da teoria interseccional para pessoas discriminadas de maneira interseccional? Por exemplo cidadãos e cidadãs negras, indígenas e pessoas cujo sentido de subjetividade não é heteronormativa?

 

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Local: 
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, 05508-010, São Paulo/SP
Quando: 
segunda-feira, 13 Março, 2017 - 11:00 to 13:00
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